Mas pronto, é só o que tenho
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-Dúvidas? –repetiu Richard –Allison? Pareces preocupada.
Ia ficar calada. Tinha de ficar calada. Ia soar estúpida se dissesse…
-Temos mesmo de seguir com isto até ao fim das nossas vidas? Quer dizer, não podemos antes tirar biologia e seguir esse caminho? –Isto…
O seu olhar não revelou surpresa, mas antes tristeza.
-Não, não têm de seguir isto. Quem quiser, pode concluir os tempos de escola e desistir desta vida… Basta pensar-se muito no assunto e revelarmo-nos completamente contra a ideia de ficar… Mas isso não é decisão que se tome de cabeça fria. Vocês passam aqui três anos muito atribulados. Nós escolhemos-vos por serem aqueles com mais probabilidade de conseguirem progredir, mas isso não quer dizer que consigam… Vieram para aqui não só para aprenderem sobre isto como para estar em contacto frequente connosco e com o outro mundo, o que vos ajuda a desenvolver capacidades. No entanto, alguns podem não vingar e ser obrigados a ir para casa… Para além de que, caso não tenham uma mente suficientemente poderosa e forte, são facilmente possuiveis ou mortos. E nós não queremos isso.
»No entanto, não terão de seguir esta carreira. Quando terminarem o curso, se quiserem desistir desta vida, podem vir ter comigo e eu ajudar-vos-ei. É claro que será mais fácil desistir no inicio do que depois de muitos anos de pratica, mas também é possível. A qualquer momento, podem vir ter comigo e abdicar dos vossos poderes e da vossa imortalidade.
Imortalidade? Ele dissera aquilo? Isso significava… Ficar ali para sempre! Não sabia se devia ficar contente por poder viver para sempre ou se devia ficar triste por ver todos os que amava perecer antes de mim… Isso se eu alguma vez voltasse a vê-los… Levei as mãos aos olhos, na tentativa de impedir que as lágrimas corressem pela minha face… Eu até poderia vê-los, mas só no inicio. Não sabia quando é que me ia tornar imortal, quando é que ia “congelar”, mas sabia que não podia chegar aos sessenta anos a aparentar vinte sem que ninguém desconfiasse.
-Hum… -fez ele, olhando para o relógio. É uma da tarde, mas acho que não têm fome, certo? –ninguém lhe respondeu, pelo que continuou –Então venham, eu mostro-vos a vossa sala, no andar superior… Hum, e acho que vos deixo tirar o resto do dia para se adaptarem.
Eu sentia-me verdadeiramente doente com aquilo tudo. E escolhia o quê? Quer dizer, ainda tinha três anos…
Fomos conduzidos para fora da sala, e depois através de uma das muitas escadas que uniam o nono e o décimo andar, até chegarmos a uma pequena sala, decorada com vários quadros quentes e mobília confortável.
-Então, vão até à parede do fundo e escolham um cacifo. Basta tirarem a chave que têm na porta.
No fim de uma multidão de pessoas a acotovelar-se e a empurrar-se, acabei por ficar com o cacifo ao lado do de Steffany e Ammy. Depois disso, saí com a primeira da sala.
-Hum… -fez ela, quando chegou ao enorme jardim das traseiras –‘Tá calor. Muito calor. Vens dar um mergulho Ally?
Encolhi os ombros. Era-me completamente indiferente. Estava perdida, não sabia o que raio havia de fazer… Ficava?
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Bjs,
Tina!
Adorei. Este teu livro tá a ser tão bom que é quase impossível descrevê-lo por palavras xD
ResponderEliminarMas tu escreves muito bem e que tudo te corra bem agora, incluindo os exames.
Bjs de um amigo :)
Adorei!
ResponderEliminarEstá muito bonito este capitulo foi mais pequeno mas também compreendo.
Boa sorte!
Bjs,
Joana