Bem Vindo/a!


Bem Vindo/a!
Tenho três coisinhas para lhe dizer:
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;*

25/05/10

Capítulo 10

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-Allison! –foi a primeira coisa que ouvi ao acordar.
Olhei à volta, à procura de sinais de meia dúzia de raparigas ao saltos, mas descobri que estava sozinha. Sozinha e deitado num… Puff? Hum… Devia ter adormecido.
-Hum? –fiz eu, para quem quer que fosse que me tinha chamado no quarto ao lado.
-Acorda! São onze e dez! Temos de nos despachar para o pequeno-almoço! –E depois reconheci a voz. Era Stefanny. Era estranho que, na noite anterior, eu tivesse passado horas a falar com ela… Quer dizer, era suposto eu odiá-la, mas acabei por descobrir que era bastante simpática –e uma rapariga normal, em todos os aspectos, salvo o facto de ter vinte vestidos de alta-costura no seu armário.
Vi-a espreitar pela porta aberta e depois sorrir.
-Espero que tenhas dormido bem!
Resmunguei, levantando-me a massajar o pescoço, e atirando Futsu ao chão, que fugiu para o quarto com um ar amuado.
Dirigi-me a correr até ao meu armário… Que tipo de coisa é que se devia levar para um primeiro dia numa escola onde nos vão ensinar a falar com os mortos? Ao lembrar-me disso, senti um arrepio a subir-me pela espinha… Ainda não sabia como havia de lidar com aquilo.
No fim, acabei por decidir levar umas sandálias, uns Jeans e um top preto justo -que escolhi com alguma ajuda de Stefanny, que me puxou na direcção do elevador enquanto dava pulos de contente.
-A sério, ficas assim tão feliz por causa disto?
-Yup.
Suspirei.
-Oh! Também não tens de estar de tão mau humor! Vai ser meeesmo giro!
-Acredito… -resmunguei, recebendo uma estrondosa gargalhada com resposta.
Como, aparentemente, já decorara a planta do edifício, conseguiu levar-nos às duas por meia dúzia de divisões até à Sala de Jantar, sem nos perdermos.
Era uma divisão confortável, com uma grande mesa de madeira escura e polida no meio (coberta com imensa comida) e umas cadeiras a condizer.
Ao fundo da mesa, estava uma LCD gigante e meia dúzia de cadeiras mais confortáveis.
Para além de nós, estavam apenas mais quatro pessoas na sala, a comer e a conversar alegremente, que nem olharam para nos quando entrámos e nos sentámos.
-Então –começou Stefanny, quando lhe perguntei à cerca do esquema das aulas. Aparentemente ela lera tudo o que havia para ler na mesa de cabeceira – Os livros vão-nos ser entregues na primeira aula, por isso deves levar uma mochila ou assim para o pôr. As aulas acabam às sete, hoje, com um intervalo de uma hora à hora do almoço e outros dois de vinte minutos à hora do lanche e a meio da manhã, o que perfaz um total de uma hora e quarenta de intervalos e cinco horas e vinte de aulas. E isto apenas hoje, porque à segunda e à terça temos apenas quatro horas de aulas, e são nocturnas. Aos sábados e domingos estamos livres. Ah, e eu trouxe dois horários, porque sabia que te ias esquecer do teu.
-Mas ainda vamos voltar à acima –disse eu, entre duas dentadas na minha torrada –Para lavar os dentes e assim…
-Pois, mas eu achei melhor virmos já prevenidas –e depois atirou-se a uma tigela de cereais.
Era estranho, depois de todos os meus pensamentos à cerca dela, que agora nos estivéssemos a tornar amigas. Não deixava de ser irónico, mas ao mesmo tempo bom… Quer dizer, eu estava a fazer amigos, e isso era positivo. Acho eu…
De qualquer forma, ela não era a primeira. Embora eu não tivesse visto Bryan –que devia ter ido tomar o pequeno almoço mais cedo –sabia que ele não ficara chateado com o meu comportamento na noite anterior… Ou achava que não. Sim, porque apesar de tudo, nós ainda não nos conhecíamos, e aquilo que estava a acontecer connosco –ou pelo menos comigo estava de certeza –continuava a ser um mistério.
Mas não tive muito tempo para pensar nisso, porque entre levar os dentes, escolher uma boa mala, pentear-me e conversar com Stefanny, não me sobravam muitos minutos… Daí eu não ter sabido bem o que fazer quando ele entrou no elevador ao mesmo tempo que nós e se veio sentar, com muita naturalidade, ao meu lado.
-Bom dia! –exclamou, com um ar bem disposto, enquanto o elevador descia para o nono andar.
Em vez de responder, sorri-lhe, algo timidamente –no entanto, não tivemos tempo para aprofundar a nossa conversa, porque me menos de dois minutos já tínhamos parado.
Fiquei assombrada quando vi as portas do elevador abrirem, dando para uma enorme plataforma de pedra cinzenta.
Tentei não olhar para baixo, enquanto caminhava sobre ela… Pois não havia qualquer tipo de guarda para o quadrado vazio, muito maior do que o elevador, que dava espaço para este passar.
No entanto, era difícil não olhar para baixo, tal era o espanto. Assim cimo era difícil não olhar intensamente para tudo o resto: As centenas de pessoas que caminhavam de um lado para o outro, saindo e entrando por centenas de portas. Lá em baixo, aquilo deveria ter quatro ou cinco vezes a dimensão do andar de cima. As paredes estavam forradas a vidros, deixando a descoberto a terra que nos rodeava –e, de uma forma muito estranha, aquilo não era desconfortável ou nojento: Era possível ver rios de água subterrâneos, tocas de vários animais, os animais que habitavam as tocas e as raízes das arvores. Para além disso, haviam também alguns buracos escavados, para dar a ilusão de uma janela e encher o interior de luz.
O chão fora feito com a mesma pedra cinzenta da plataforma e as portas eram de madeira, com tapetes à porta e vasos de flores a decorar os corredores. Centenas de escadas saiam também do tecto, dando passagem para o décimo andar, ou irrompiam do chão, permitindo passar para o oitavo.
Por todo o lado, homens e mulheres vestidos de preto caminhavam e cumprimentavam-se uns aos outros, ou andavam em grupos animados.
-Esta deve ser a nossa sala. –afirmou Stefanny, entusiasmada, interrompendo as minhas observações silenciosas.
Não disse nada, mas segui-a quando abriu a porta e entrou dentro de uma sala de aula.
Esta já não tinha as paredes forradas a vidro mas, em vez disso, fora feita de tábuas de madeira clara, com janelas numa das paredes, que enchia a sala com uma luz alegre.
Haviam também as típicas mesas de pares, que eram apenas cinco, mas que tinham sido encostadas à parede, permitindo aos alunos sentarem-se num tapete verde e volumoso, em frente a um quadro e a uma secretária.
Não tínhamos sido os primeiros a chegar, pois já se encontravam lá quinze alunos, mas também não tínhamos chegado atrasados, pois ainda faltavam cinco minutos para o meio dia –coisa que verifiquei quando coloquei o telemóvel no silencio.
Já completamente enterrada no tapete verde, com o braço de Bryan na minha cintura, fui-me deixando enterrar no aspecto de Richard… Era velho, definitivamente, mas era velho de uma forma… Intemporal. Não fazia sentido nenhum, mas parecia que o tempo não passava por ele, como se sempre tivesse sido assim. Como se tivesse nascido velho –Mas não velho do género “O Estranho Caso de Benjamin Button”, era como se tivesse nascido já com experiencia de vida. Pois, infelizmente, já nasci idiota.
Aqueles que faltavam (raparigas, obviamente) não demoraram a chegar, aos risinhos e a murmurar «desculpa» sempre que (na minha opinião mais propositadamente do que sem querer) davam pontapés nas costas de alguém (rapazes, obviamente), e a sentar-se num canto, a murmurar qualquer coisa. No entanto, assim que Richard começou a falar, todas elas se calaram, nervosas.
-Boa Tarde! –exclamou, com um sorriso. Ninguém lhe respondeu –Bem, é algo desagradável ter alunos tão pouco comunicativos… Costuma ser sempre assim…
Suspirou e dirigiu-se à secretária, apanhando meia dúzia de livros de capa castanha dura e aspecto antigo, que foi distribuindo.
Folheei as páginas velhas com cuidado… Cada exemplar estava escrito com uma letra cuidadosamente perfeita, claramente copiada à mão, e várias ilustrações a condizer. Não tinha titulo.
-Bem, o que têm nas vossas mãos são os livros da disciplina pela qual eu ficarei encarregue, Formação e História. Queria pedir-vos que tivessem cuidado com eles. Esses livros são, como já devem ter reparado, antigos e valiosos, cuidadosamente copiados e ilustrados à mão. Como não nos agrada que andem com algo tão frágil às costas e não vos agrada andar com algo tão pesado às costas, eles ficarão guardados nos cacifos, que ficam na Sala de Convívio… Bem, fica no andar de cima, não vão ter dificuldade em encontrá-la. De qualquer forma, tenho de vos falar mais um pouco sobre as regras. Penso que todos vocês leram o livro de regras que vos deixei à cabeceira, não foi?
O seu olhar perscrutou a multidão de olhares embaraçados e constrangidos, com um ar severo.
No entanto, poucos segundos depois desmanchou-se a rir.
-Pois, devia ter calculado que não. Mas mesmo assim, alguém leu?
Ao meu lado, Stefanny levantou o braço, meio aos pulinhos.
-Leste-o mesmo?
-Sim, ontem à noite antes de me deitar.
Ele pareceu intrigado, mas depois sorriu.
-Então muito obrigado. Bem, como Stefanny já deve saber, os cinco primeiros andares estão completamente proibidos sob todas as circunstâncias a não ser que haja uma razão para eu vos levar lá.
Stefanny piscou os olhos, admirada por ouvir o seu nome, mas depois sorriu também.
-E os andares inferiores à Casa, que começam no décimo, estão interditos à noite para todos os alunos, a não ser que acompanhados por algum adulto. E, infelizmente, esta medida não é para vos impedir de cair no buraco do elevador como criancinhas de cinco anos, mas para ver se não enfrentam uma morte mais dolorosa.
Mais dolorosa do que cair dez pisos? Hum…
-Então, não me parece que hajam mais regras que eu precise de mencionar. Se tiverem dúvidas, podem esclarecê-las no livro que vos deixei à cabeceira ou junto de qualquer adulto ou funcionário como nós. Sim, porque temos funcionários exclusivamente humanos, que sabem pouco ou nada sobre aquilo que somos.
»E agora, começando a esclarecer dúvidas sobre o vosso horário, vou explicar-vos as matérias e os devidos professores. É claro que, com a devia experiência e evolução, vocês começaram a frequentar aulas mais avançadas e aulas diferentes. Por vezes, alguns alunos ficam para trás ou adiantam-se, dependendo de vários factores físicos e psicológicos.
»A primeira matéria, que vão dar amanhã de manhã será, para o grupo A –este é o outro grupo, o meu era o B –Necromancia com a professora Blecher. Não me vou adiantar na explicação exacta do que isto é, mas posso dizer-vos que é bastante confuso e quase exclusivamente prático.
Consegui ver gente a tremer à simples menção da palavra –o que era um disparate, tendo em conta que tinham ficado super felizes na noite anterior.
-Para o grupo B, têm invocação com o Professor Li. Sim, Li. É bastante simpático, e um dos melhores professores que já passou por esta escola. Ah, e Invocação também não é muito Teórico, mas precisa de uma grande preparação.
»Como podem calcular, para aquilo que vão ser, não precisam de Matemática e Espanhol, mas estas disciplinas estão disponíveis em Extra Curricular para quem quiser, assim como ténis, equitação, dança… Bem, isso está tudo nos papeis que vos entreguei. Continuando: Têm, em horários diferentes, as mesmas disciplinas:
»Estudos das Trevas, com a professora Carten. É uma disciplina essencialmente teórica, mas posso assegurar-vos que é interessante na mesma.
»Interpretação, com a professora Lerrion. Teórica também, mas de uma forma interessante. Esta disciplina é utilizada também para entrar em comunicação com outro lado da vossa pessoa, para além de vos levar a compreender sinais de sonhos e acontecimentos diversos.
»Aulas de Percepção e Integralização, onde vão poder a integrar almas e a ajudá-las, para além de apreenderem a lidar com elas e a domá-las e de ganharem um sentido de percepção em relação ao mundo que vos rodeia completamente diferente. Com o professor Glimeryn.
»Comunicação e Visão, comigo e com a professora Carten. É essencialmente nesta aula que vão aprender como comunicar com o outro mundo, a compreender os espíritos e a evitar catástrofes.
»E pronto, são as vossas aulas por agora. Dúvidas?
Necromancia, Invocação, Estudos das Trevas, Interpretação, Percepção e Integralização, Comunicação e Visão, Formação e História… E nem um bocadinho de matemática, literatura, inglês… Pronto, admito, eu não gostava daquelas aulas… Mas eu precisava delas se quisesse um curso, certo? Pelo menos, um curso humano… Mas eu já não ia tirar um curso humano. Não, eu tinha de fazer aquilo até ao resto dos meus dias…
-Ei, Allison, sentes-te bem? –perguntou Bryan, ao meu ouvido.
-Não… -murmurei.


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Bjs,
Tina!

3 comentários:

  1. Gostei mto deste capítulo.
    Continua a escrever assim, Tina :)

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  2. Tbm gostei =)
    Espero que continues durante mt tempo.

    Bjs,
    Joana

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  3. Adorei, como sempre
    Também espero que continues por muito, escrves mesmo muito bem
    =)

    Beijinhos, Bia

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